terça-feira, 31 de agosto de 2021

Mais Além...


Não basta que sua boca esteja perfumada.
É imprescindível que esteja incapaz de ferir.

É importante que suas mão se mostrem limpas.
É essencial, no entanto, verificar o que fazem.

Bons ouvidos, são certamente, um tesouro.
A Justiça Divina, porém, desejará saber como você ouve.

Excelente visão é qualidade louvável. 
Todavia, é interessante notar como você está vendo a vida.

Possuir saúde física é reter valioso dom.
Mas é necessário considerar o que você faz do corpo sadio.

Raciocínio claro é virtude.
Entretanto é imperioso observar em que zona mental está você raciocinando.

Bela imaginação é trazer consigo maravilhoso castelo.
Convém reparar, porém, com que imagem você povoa o seu palácio interior.

Grande emotividade é característico de riqueza intima.
Contudo, é preciso saber como gasta você as emoções.

Possibilidades de produzir intensamente são recursos preciosos.
No entanto, é imprescindível conhecer a substância daquilo que você produz.

Capacidade de prosseguir, vida afora, lepidamente, é uma bênção.
Não se esqueça, todavia, da direção que seus pés vão tomando através dos caminhos.


(André Luiz)








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sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Sobre a duração de um arco-íris...

Se um arco-íris dura mais do que quinze minutos, não o olhamos mais.

A constatação é do filósofo alemão Goethe e representa muito do que vai na alma humana, nestes dias.

Nós, da geração do imediato, do prático, do instantâneo, acabamos tendo dificuldade em nos demorarmos em qualquer experiência que seja, mesmo que prazerosa.

Por que será que muitos de nós acostumamos com a beleza e, então, deixamos de contemplá-la?

Por que será que muitos nos habituamos com as coisas boas que temos na vida e deixamos de valorizá-las?

Alguns não observamos mais as estrelas como se, depois de algum tempo, perdessem sua grandiosidade, seu mistério e deixassem de ser interessantes.

Alguns esquecemos de olhar o pôr-do-sol. Afinal, ele acontece todo dia e talvez não nos surpreenda mais...

Outros deixamos de admirar a esposa, o marido, os filhos, como se esses arco-íris, que temos ao nosso lado, perdessem suas cores ao longo da convivência.

Alguns ainda deixam de se deslumbrar com a própria existência, após alguns anos de luta, esquecendo que cada dia é um novo milagre, uma nova chance, um novo arco-celeste multicolor.

De tão focados no trabalho e nas questões práticas da vida cotidiana, que aprendemos a ser, acabamos nos tornando grandes distraídos.

Sim, distraídos no sentido de esquecidos, pouco atenciosos no que diz respeito às questões mais importantes da existência.

Por isso, em alguns momentos na vida precisamos parar tudo. Parar até de pensar tantas coisas ao mesmo tempo.

As técnicas de meditação nos ensinam este valioso hábito: limpar a mente. Pensar numa coisa de cada vez. Pensar em algo por muito tempo, sem deixar que a mente fique pulando de galho em galho.

Precisamos aprender a observar cada arco-íris até o fim, saboreando esses instantes de maravilhosa beleza, sem deixar que passem, assim, correndo, ou tão rápido, como dizemos popularmente.

A pressa não é apenas inimiga da perfeição mas também da alegria, do deleite e das emoções verdadeiras.

* * *

Pare e observe.

Pare e observe algo simples mas fascinante, como a disposição dos galhos numa grande árvore. Imagine quantos seres têm sua moradia ali, escondidos, mas vivos e atuantes no ecossistema.

Pare e observe uma porção de água qualquer: um pequeno lago, uma poça ou até mesmo a água dentro de um copo.

Perceba o comportamento dela quando se gera alguma vibração. Note a forma das ondas.

Coloque a ponta de um dos dedos e sinta a temperatura, a forma com que ela o envolve.

Pare e observe uma criança dormindo. Acompanhe a calma da respiração, a paz de sua expressão, a beleza dos traços...

Pare e observe a vida, os dias, as pessoas. Pare e observe o amor, onde quer que esteja.

Nossa alma se acalma, ganha forças e se aproxima do Criador, sem esforço, sem tensão.

Pare e observe...


Redação do Momento Espírita.
Disponível no cd Momento Espírita, v. 22, ed. Fep.
Em 5.9.2012.














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terça-feira, 24 de agosto de 2021

No Justo Momento....

No justo momento em que:

O fracasso lhe atropele o carro da esperança;

O apoio habitual lhe falte à existência;

A ventania da advertência lhe açoite o Espírito;

A aflição se lhe intrometa nos passos;

A tristeza lhe empane os horizontes;

A solidão lhe venha fazer companhia;

No momento justo, enfim, em que a crise ou a angústia, a sombra ou a tribulação se lhe façam mais difíceis de suportar, não chore e nem esmoreça.

A água pura a fim de manter-se pura é servida em taça vazia.

A treva da meia-noite é a ocasião em que o tempo dá sinal de partida para nova alvorada.

Por maior a dificuldade, jamais desanime.

O seu pior momento na vida é sempre o instante de melhorar.


(Albino Teixeira)










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segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Indicação de um amigo...



Nunca se diga inútil.

Por agora: você não é um anjo.

No entanto é capaz de ser uma pessoa reta e nobre;

não terá santidade para mostrar, mas possui vastas possibilidades de agir em benefício do próximo;

não apresenta qualidades perfeitas, contudo, você detém recursos preciosos de servir.

Talvez não consiga revelar alto índice de cultura intelectual, porém, consegue amparar a muitos companheiros com excelente orientação.

Provavelmente, não lhe será possível movimentar grandes riquezas do mundo, entretanto nada lhe impedirá o esforço de acumular tesouros de bondade no coração e de irradiai-los em gestos de compreensão e de amor.

Por fim é provável que você ainda não conheça o que seja a felicidade, mas pode adquiri-la se você quiser, aprendendo a trabalhar em favor dos outros e entender a perdoar, encorajar e sorrir.


(André Luiz)















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domingo, 15 de agosto de 2021

Fotografias da alma...

Uma passada rápida pelas redes sociais, tão comuns atualmente, basta para que nos deparemos com milhares de fotografias que, diariamente, são postadas na rede mundial de computadores.

São retratos de momentos em família, de amigos reunidos, de festas diversas, de reencontros, além dos autorretratos.

E nas fotografias, milhões de rostos.

Em alguns deles, há estampada indescritível alegria. Em outros, um olhar fugaz de surpresa. Em outros, ainda, um semblante nostálgico, saudoso, contemplador.

Mas nem sempre a expressão da face, eternizada através da fotografia, representa aquilo que nos vai no coração.

E se houvesse um aparelho capaz de nos fotografar a alma?

Quantos sorrisos seriam de verdadeira felicidade e não, como muito acontece, apenas máscaras para esconder a dor da solidão, da frustração, do arrependimento, da falta de esperança?

Quantos semblantes seriam verdadeiramente serenos, quando, em verdade, o foro íntimo se agita pelas águas densas e turbulentas das emoções e paixões humanas?

Tão singular aparelho nos representaria os mais profundos, porém verdadeiros sentimentos que nos moldam o estado de espírito e que, por diversas vezes somos obrigados a disfarçar por conta das convenções sociais.

Vivemos numa sociedade na qual somos ensinados que demonstrar nossos medos, incertezas e angústias é sinal de fraqueza.

Uma sociedade que diz que homem não chora, que busca sempre rostos felizes, que nos aponta ideais inatingíveis de beleza, felicidade e ilusões materiais.

Uma sociedade que não nos prepara para a dor, para recebermos os tantos nãos que a vida nos oferece, para a difícil compreensão de que nem sempre somos vencedores e que a queda se faz necessária no caminho de quem busca caminhar melhor.

Busca-se rostos alegres, festivos, ainda que em maquiagem às lágrimas da alma, pois rostos alegres não necessitam, acredita-se, de cuidados.

Contudo, para as tarefas de reconfortar corações e secar lágrimas são exigidos desprendimento de si mesmo, empatia e ânimo no bem.

Exigem que se retire o foco de si mesmo e que se tome a dor do outro como sua dor, entendendo que só seremos verdadeiramente felizes quando formos capazes de fazer feliz o nosso próximo.

* * *

É certo que cada ser é responsável pelos passos que dá no caminho que nos leva ao pai.

Nem mesmo Jesus caminhou por nós. Ele nos indicou a direção. A caminhada é dever de cada Espírito em marcha.

Sendo assim, todo indivíduo precisa percorrer a distância que lhe cabe, que guarda relação com as necessidades e os méritos pessoais.

Entretanto, não podemos nos esquivar da responsabilidade que temos uns para com os outros.

Podemos e devemos dar-nos as mãos, pois, embora tomemos caminhos distintos, a estrada é uma só, a da caridade.

Se não a percorrermos, jamais chegaremos a um encontro com Deus, pois são os pequenos gestos de doação que, somando-se, mostram-nos a grandeza do Pai Celestial.

Observando as recomendações de Santo Agostinho: Nas coisas necessárias, a unidade; nas duvidosas, a liberdade; e em todas, a caridade.

Pensemos nisso!


Redação do Momento Espírita.
Em 17.7.2013.











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