segunda-feira, 29 de junho de 2020

As estrelas do mar...


Certo dia, um escritor que costumava caminhar pela praia em busca de inspiração observou, ao longe, algo a se movimentar.

Continuou andando na direção daquela sombra até aproximar-se o bastante para perceber que se tratava de um homem.

Quando chegou mais perto notou que ele juntava as estrelas do mar, que haviam ficado presas na areia quente da praia, e as devolvia ao mar.

Só então ele se deu conta de que havia muitas estrelas do mar espalhadas pela praia.

Espantado disse ao homem: Você não percebe que há muitas estrelas do mar por aí? Seu esforço não vale a pena.

Mesmo que você trabalhe vários dias seguidos não conseguiria salvar todas elas. Então, que diferença faz?

O homem, que ainda não havia parado para lhe dar atenção, pegou uma estrela do mar, ergueu-a e, mostrando-a ao escritor disse: Para esta eu fiz diferença.

E, jogando-a ao mar, continuou sua empreitada.

O escritor observou aquele homem por mais alguns instantes e chegou à conclusão de que havia encontrado, naquele gesto simples e desinteressado de um anônimo, a inspiração que buscava.

* * *

Quando nos parecer que um pequeno gesto nobre de nossa parte não faz diferença, lembremo-nos desta singela história.

Pensemos que um único sorriso pode fazer muita diferença para alguém que se encontra desalentado.

Uma palavra de otimismo fará diferença para quem está desesperado.

Um exemplo nobre junto aos filhos, aos familiares, aos amigos, ou àqueles que nos observam de perto, pode fazer muita diferença.

A cada instante nós perdemos excelentes oportunidades de ser gentil, de perdoar, de agir com delicadeza, de ser honesto, sincero, de calar uma ofensa.

E isso tudo, no cômputo geral, faz grande diferença.

Recentemente, lemos a notícia de que é preciso resgatar os valores simples para evitar os males atuais que são a depressão, a ansiedade, o desalento, entre outros.

Essa foi a conclusão a que chegaram os psiquiatras que participaram de um Congresso de Psiquiatria Clínica.

A tão falada e útil globalização, a grande quantidade de informações que chega a cada instante, a disputa pelo poder, a competição desonesta, faz com que nos esqueçamos de ser gente.

Parece mesmo que estamos nos tornando máquinas automatizadas, incapazes de olhar para quem está ao nosso lado, senão como um ferrenho concorrente ou um adversário pertinaz.

Se todos nós repensássemos valores e nos lembrássemos de que somos seres criados para viver em sociedade e que, acima de tudo somos Espíritos imortais, filhos do mesmo Pai, talvez sofrêssemos menos.

E isso faria diferença.

* * *

Quando percebermos alguém preso nas areias quentes da solidão...

Quando notarmos alguém se debatendo no mar revolto do sofrimento...

Lembremos que todos somos estrelas do Universo, colocadas lado a lado, pelo Criador, para crescermos juntos.

E como ensinou o Mestre de Nazaré, não sejamos estrelas apagadas, mas façamos brilhar a nossa luz onde quer que estejamos.

Só então perceberemos o quanto isso faz diferença.


Redação do Momento Espírita.

















quinta-feira, 25 de junho de 2020

Esperança...


Como está tua esperança?

A esperança tem força. Ela em ti faz brotar uma luz, uma energia, uma paz. Arranca-te de onde estás e coloca-te no ponto mais alto. Transforma-te de empregado em patrão, de pobre em rico e de tristonho em alegre.

Mas se a ela não dás chance, ela se encolhe e míngua, deixando, em seu lugar, desalento, doença e infelicidade. É como a água, que, se bem empregada, produz limpeza e progresso; mas, se mantida inerte, é foco de doenças.

Trata bem a tua esperança e põe-te a agir no bom sentido. Esforça-te ao máximo e enxerga uma luz adiante, a guiar-te. 

Quem espera alcança.

A esperança, bem tratada, toma vida e se torna realidade.


(Lourival Lopes)












terça-feira, 23 de junho de 2020

Iniciar a transformação...


Queres levantar as tuas forças?

Então, dá o início, o primeiro passo, o primeiro pensamento.

Sustenta os pensamentos de crença em ti e na solução dos problemas, e não deixes escapar o bom início de mudança.

Toma, pois, a decisão. Uma transformação mesmo pequena, um pequeno bem, agora, é o pouco do muito que vem a te favorecer adiante.

Dá o começo, que as tuas forças, que sentem um aviso e um estímulo, unem-se para algo maior a frente.

Faze sim.

São os filetes de água que, ao se juntarem, formam os grandes rios.


(Lourival Lopes)











domingo, 21 de junho de 2020

Um importante aprendizado...


A Terra é um imenso planeta, lar de bilhões de seres que aqui têm a oportunidade de viver e aprender, em uma maravilhosa escola.

Este planeta que nos abriga é regido por Jesus, a quem nada passa despercebido, da mesma forma que nenhum som passa sem ser notado pelo maestro de uma orquestra, não importando o número de instrumentos que a compõe.

Tudo o que nos ocorre é do conhecimento de nosso querido Guia e Mestre, que já nos avisava que suave é Seu jugo e leve o Seu fardo, mostrando que ninguém terá uma carga de aprendizado acima das suas possibilidades.

Porém, em meio a acontecimentos que nos causam preocupação, não raramente nos deixamos conduzir por sentimentos de medo e de abandono.

Sendo a Terra uma escola, não é local apenas de folguedos e risos, mas também de tarefas e de aprendizados. Esses, muitas vezes, se fazem através de grandes dificuldades.

As epidemias fazem parte da História da Humanidade e, em séculos passados, dizimavam número expressivo da população da Terra.

A medicina, então ainda em sua infância, não possuía meios de combater rapidamente doenças que, por vezes, permaneciam por séculos sem esperança de cura.

A higiene era precária e favorecia a disseminação dos microorganismos que encontravam solo fértil no organismo de muitos, associada à miséria e à fome.

Mas, Jesus estava atento e não deixou de nos enviar grandes pesquisadores como Louis Pasteur que, em meados do século XIX expõe a tese de que os micróbios causavam as infecções.

A partir de tal descoberta, os hábitos de higiene foram lentamente incorporados ao cotidiano, em uma verdadeira revolução para a época.

Mais tarde, em meio à dor e à destruição da Segunda Guerra Mundial, a descoberta da penicilina, por Alexander Fleming traz à Humanidade, finalmente, uma possibilidade real de cura para muitas doenças infecciosas.

Sempre atento às necessidades da Humanidade, nosso Mestre permitiu, através de tantas inteligências diferenciadas, o desenvolvimento surpreendente da ciência e, com ela, da medicina, principalmente no século XX.

As enfermidades não desapareceram, mas já podem ser curadas. Epidemias continuam a surgir, mas com a mesma rapidez com que aparecem, a ciência desvenda uma maneira de controlá-las através de vacinas ou de medicamentos.

De maneira alguma estamos sozinhos no combate às doenças. Temos sempre conosco o amparo do Alto.

*   *   *

Pensemos que tais situações não ocorrem por acaso e que nos trazem muitos ensinamentos.

Nessas situações a ciência progride, a solidariedade entre as pessoas é maior, os profissionais de saúde têm a oportunidade de reaprender a dar atenção e acolhimento a seus pacientes diante do sofrimento.

Perante tais perigos relembramos dos cuidados básicos de higiene, bem como da alimentação adequada e saudável para ajudar nosso corpo em sua defesa. É uma busca do equilíbrio frente aos exageros tão comuns atualmente.

Valorizamos a permanência em nossas casas junto à família, ao invés das aglomerações em locais onde os vícios facilmente atraem os jovens, ou onde o consumismo desequilibra a vida financeira.

E aprendemos a orar, pois a mente em oração fortalece o corpo físico e o protege, fazendo-o vibrar em uma frequência mais elevada.

Aproveitemos, pois, estes momentos delicados para nosso próprio aprendizado e, ao invés de medo e preocupação, tenhamos a certeza de que estamos sempre amparados.


Redação do Momento Espírita.
Em 17.6.2020.














quinta-feira, 18 de junho de 2020

Nos dias de dificuldades...


Vivemos no lar Terra e quando uma pandemia nos alcança é o exato momento de provarmos quem somos.

Se nos consideramos uma única e enorme família, vivendo em lares de bandeiras diferentes, demonstramos em nos oferecendo as mãos à distância.

As informações nos chegam e nos dão ciência dos grupos de risco, das necessidades.

A primeira norma é atendermos às orientações legais. Nenhum de nós pode se considerar uma exclusividade, alguém que pode romper as barreiras, desrespeitando as determinações.

A segunda norma se chama solidariedade. E, nesse ponto, estamos demonstrando o quanto podemos realizar sem estarmos juntos.

A nossa criatividade nos sugere ações. E quando se associa à boa vontade gera notícias como a daquele instrutor de ginástica que subiu na laje do edifício onde reside e ofereceu uma aula para os vizinhos.

As gravações do gesto estão cheias de risadas ao fundo. É possível perceber o quanto aqueles que se encontram nas sacadas estão se divertindo, tentando repetir as ações do professor voluntário.

Em meio ao caos e às incertezas semeadas pelo vírus que se espalha, pessoas confinadas em seus apartamentos utilizam as varandas para contribuírem com o que têm.

Uma cantora lírica se serve da sacada do seu apartamento para cantar um trecho de La Traviata. Podem ouvi-la os vizinhos, os eventuais transeuntes que ainda passam pela rua, quiçá os moradores dos prédios mais próximos.

Sua voz é alegre e ela canta como se estivesse no palco. Em verdade, está. Um palco ao ar livre, improvisado. Espetacular.

Não pode saber quantos a ouvem. Importante que ela espalha a sua esperança na voz que lança no espaço. Ao seu lado, está o filho, que igualmente vibra, chegando a marcar os compassos com seus gestos infantis, dobrando as pernas, ritmadamente.

E ela convida a cantarem juntos. Vozes próximas tentam acompanhá-la no coro. E não se pode deixar de rir, ouvindo-as, algumas totalmente desafinadas.

Que importa? Ao final, aplausos e mais aplausos gravados encerram a apresentação.

Solidariedade. Oferecer o que tenhamos de melhor.

Por isso, no Brasil e no mundo se reprisam atos de fraternidade. Jovens se oferecem, pelas redes sociais ou afixando avisos nas portas do elevador do condomínio para fazer compras, buscar medicamentos, especialmente para os idosos.

Alguém chega a elaborar orientações específicas para adotar pessoas desse grupo de risco. Sugere que sejam enviadas mensagens pela manhã e à noite, que se indague como está, se precisa de algo.

O vírus nos está mantendo distantes uns dos outros fisicamente. Mas, se desejarmos, poderemos estar bem próximos.

Agendar reuniões virtuais e orarmos juntos os que constituímos grupos habituais de oração em nosso templo religioso.

Oferecermos a nossa palavra a quem está distante e saibamos estar só. Organizar grupo de leitura ou de estudos virtualmente.

Quanto a tecnologia nos pode auxiliar, nesse momento!

Separados, mas unidos. Unidos no amor, na atenção ao outro.

Seja o nosso o abraço virtual, o beijo à distância, o aconchego via internet.

Unamo-nos nas ações de prevenção, nos cuidados. Unamo-nos na solidariedade. Somos todos irmãos.


Redação do Momento Espírita.
Em 7.4.2020.