terça-feira, 2 de junho de 2020

Escolhas...


Joel era o tipo do cara que você gostaria de conhecer. Ele estava sempre de bom humor e sempre tinha algo de positivo para dizer.

Se alguém perguntasse como ele estava, a resposta seria logo: Se melhorar,estraga. Ele era um gerente especial, em um restaurante, pois seus garçons o seguiam de restaurante em restaurante apenas pelas suas atitudes.

Ele era um motivador nato.

Se um colaborador estava tendo um dia ruim, Joel sempre mostrava como ver o lado positivo da situação.

Fiquei tão curioso com seu estilo de vida que um dia lhe perguntei:

Você não pode ser uma pessoa tão positiva todo o tempo. Como você faz isso? Ele me respondeu: A cada manhã, ao acordar, digo para mim mesmo:

Joel, você tem duas escolhas hoje. Pode ficar de bom humor ou de mau humor.

Eu escolho ficar de bom humor. Cada vez que algo de ruim acontece, posso escolher bancar a vítima ou aprender alguma coisa com o ocorrido.

Eu escolho aprender algo.

Toda vez que alguém reclamar, posso escolher aceitar a reclamação ou mostrar o lado positivo da vida.
Certo, mas não é fácil - argumentei.

É fácil sim, disse-me Joel. A vida é feita de escolhas.

Quando você examina a fundo, toda situação sempre oferece escolhas.

Você escolhe como reagir às situações. Você escolhe como as pessoas afetarão o seu humor. É sua a escolha de como viver a sua vida. Eu pensei sobre o que Joel disse e sempre lembrava dele quando fazia uma escolha.

Anos mais tarde, soube que Joel cometera um erro, deixando a porta de serviço aberta pela manhã. Foi rendido por assaltantes.

Dominado, enquanto tentava abrir o cofre, sua mão, tremendo pelo nervosismo, desfez a combinação do segredo. Os ladrões entraram em pânico e atiraram nele.

Por sorte ele foi encontrado a tempo de ser socorrido e levado a um hospital. Depois de 18 horas de cirurgia e semanas de tratamento intensivo, teve alta ainda com fragmentos de balas alojadas em seu corpo.

Encontrei Joel mais ou menos por acaso. Quando lhe perguntei como estava, respondeu: Se melhorar estraga.

Contou-me o que havia acontecido perguntando: Quer ver minhas cicatrizes?

Recusei ver seus antigos ferimentos mas perguntei-lhe o que havia passado em sua mente na ocasião do assalto.

A primeira coisa que pensei foi que deveria ter trancado a porta de trás, respondeu. Então, deitado no chão, ensanguentado, lembrei que tinha duas escolhas: poderia viver ou morrer. Escolhi viver.
Você não estava com medo? perguntei.

Os para-médicos foram ótimos. Eles me diziam que tudo ia dar certo e que eu ia ficar bom. Mas quando entrei na sala de emergência e vi a expressão dos médicos e enfermeiras, fiquei apavorado. Em seus lábios eu lia: "esse ai já era". Decidi então que tinha que fazer algo.

O que fez?, perguntei.

Bem, havia uma enfermeira que fazia muitas perguntas. Perguntou-me se eu era alérgico a alguma coisa. Eu respondi: "sim". Todos pararam para ouvir a minha resposta. Tomei fôlego e gritei: 

"Sou alérgico a balas!"

Entre as risadas, lhes disse: "Eu estou escolhendo viver, operem-me como um ser vivo, não como morto."

Joel sobreviveu graças à persistência dos médicos, mas também graças à sua atitude. 

Aprendi que todo dia temos a opção de viver plenamente.


(Autoria Desconhecida)