sexta-feira, 15 de julho de 2022

A mais bela flor...


O bosque estava quase deserto quando o homem se sentou para ler, debaixo dos longos ramos de um velho carvalho.

Estava desiludido da vida, com boas razões para chorar, pois o mundo estava tentando afundá-lo.

E, como se já não tivesse razões suficientes para arruinar o seu dia, um garoto chegou, ofegante, cansado de brincar.

Parou na sua frente, de cabeça baixa e disse, cheio de alegria:

Veja o que encontrei!

O homem olhou desanimado e percebeu que na sua mão havia uma flor.

Que visão lamentável! Pensou consigo mesmo.

A flor tinha as pétalas caídas, folhas murchas e, certamente, nenhum perfume.

Querendo ver-se livre do garoto e de sua flor, o homem desiludido fingiu pálido sorriso e se virou para o outro lado.

Mas, ao invés de recuar, o garoto sentou-se ao seu lado, levou a flor ao nariz e declarou com estranha surpresa:

O cheiro é ótimo e é bonita também...

Por isso a peguei. Tome! É sua.

A flor estava morta ou morrendo, nada de cores vibrantes como laranja, amarelo ou vermelho, mas ele sabia que tinha que pegá-la, ou o menino jamais sairia dali.

Então estendeu a mão para pegá-la e disse, um tanto contrafeito:

Era o que eu precisava.

Mas, ao invés de colocá-la na mão do homem, ele a segurou no ar, sem qualquer razão.

E, naquela hora, o homem notou, pela primeira vez, que o garoto era cego e que não podia ver o que tinha nas mãos.

A voz lhe sumiu na garganta por alguns instantes...

Lágrimas quentes rolaram do seu rosto enquanto ele agradecia, emocionado, por receber a melhor flor daquele jardim.

O garoto saiu saltitando, feliz, cheirando outra flor que tinha na mão e sumiu no amplo jardim, em meio ao arvoredo.

Certamente iria consolar outros corações que, embora tenham a visão física, estão cegos para os verdadeiros valores da vida.

Agora o homem já não se sentia mais desanimado e os pensamentos lhe passavam na mente com serenidade.

Perguntava-se como é que aquele garoto cego poderia ter percebido sua tristeza a ponto de aproximar-se com uma flor para lhe oferecer.

Concluiu que talvez a sua autopiedade o tivesse impedido de ver a natureza que cantava ao seu redor, dando notícias de esperança e paz, alegria e perfume...

E como Deus é misericordioso, permitiu que um garoto, privado da visão física, o despertasse daquele estado depressivo.

E o homem, finalmente, conseguira ver, através dos olhos de uma criança cega, que o problema não era o mundo, mas ele mesmo.

E, ainda mergulhado em profundas reflexões, levou aquela feia flor ao nariz e sentiu a fragrância de uma rosa...

* * *

Verdadeiramente cego é todo aquele que não quer ver a realidade que o cerca.

Tantas vezes, pessoas que não percebem o mundo com os olhos físicos, penetram as maravilhas que os rodeiam e se extasiam com tanta beleza.

Talvez tenha sido por essa razão que um pensador afirmou que o essencial é invisível aos olhos.



Redação do Momento Espírita com base em texto de autoria ignorada.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 5, ed. Fep.
Em 13.03.2012.













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sexta-feira, 8 de julho de 2022

Janelas na alma...


O sentimento e a emoção normalmente se transformam em lentes que filtram os acontecimentos, dando-lhes cor e conotação próprias.

De acordo com a estrutura e o momento psicológico, os fatos passam a ter significação que nem sempre corresponde à realidade.

Quem se utiliza de óculos escuros, mesmo diante da claridade solar, passa a ver o dia com menor intensidade de luz.

Na área do relacionamento humano, as ocorrências também assumem contornos de acordo com o estado d´alma das pessoas envolvidas.

É urgente, portanto, a necessidade de conduzir os sentimentos, de modo a equilibrar os fatos em relação a eles.

Uma atitude sensata é um abrir de janelas na alma, a fim de observar bem os sucessos da caminhada humana.

De acordo com a dimensão e o tipo de abertura, será possível observar a vida e vivê-la, de forma agradável, mesmo nos momentos mais difíceis.

Há quem abra janelas na alma para deixar que se externem as impressões negativas, facultando o uso de lentes escuras, que a tudo sombreiam com o toque pessimista de censura e de reclamação.

* * *
Coloquemos, nas nossas janelas, o amor, a bondade, a compaixão, a ternura, a fim de acompanharmos o mundo e o seu cortejo de ocorrências.

O amor nos facultará ampliar o círculo de afetividade, abençoando os nossos amigos com a cortesia, os estímulos encorajadores e a tranquilidade.

A bondade irrigará de esperança os corações ressequidos pelos sofrimentos e as emoções despedaçadas pela aflição dos que se acerquem de nós.

O perdão constituirá a nossa força revigoradora colocada a benefício do delinquente, do mau, do alucinado, que nos busquem.

A ternura espraiará o perfume reconfortante da nossa afabilidade, levantando os caídos e segurando os trôpegos, de modo a impedir-lhes a queda, quando próximos de nós.

As janelas da alma são espaços felizes para que se espalhe a luz, e se realize a comunhão com o bem.

* * *

Este é um convite para refletirmos sobre uma realidade especial: a realidade de que tudo na vida conspira a nosso favor; isto é, tudo trabalha para o nosso crescimento íntimo.

Nada que nos acontece visa nosso mal, embora muitas vezes possa parecer assim.

Abrir janelas na alma é tornar-se apto a descobrir essas novas realidades que, se bem compreendidas, tornam nosso viver menos árduo.

A lei de causa e efeito existe para nos educar, e não para nos punir...

A lei da reencarnação existe para nos dar novas oportunidades, e não para nos fazer sofrer...

A lei do amor existe para nos fazer felizes, pois só haverá júbilo em nossa alma quando concedermos a outros esse mesmo sentir – eis o que chamamos caridade.

Abramos janelas em nossa alma, uma a cada dia, e deixemos o sol da compreensão entrar.

Abramos janelas em nossa alma e nos permitamos sonhar, e continuar rumando em busca do sonho.

Abramos janelas em nossa alma e mostremos ao mundo as muitas belezas que existem. Podemos até pensar que não existem, mas tenhamos plena certeza de que sim... Elas estão lá...



Redação do Momento Espírita,com base no cap. 12, do livro Momentos de felicidade, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 3.3.2014.

















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quinta-feira, 7 de julho de 2022

Interrogações...

Em ti próprio estão as respostas para as interrogações que bailam em tua mente.

Aclimata-te ao silêncio interior e ouvirás com clareza as diretrizes para equacioná-las.

No dia-a-dia aprenderás a te encontrares, se o intentares sempre.

Um dia é valioso período de tempo, cheio de incidentes para serem resolvidos e rico de oportunidade para elevação pessoal.

Ganha cada momento, fazendo uma após a outra cada tarefa, e terminarás a jornada em paz.

Reflexiona, portanto, antes de agires, para que, arrependido, não venhas a meditar só depois.


Joanna de Ângelis







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