quarta-feira, 28 de junho de 2023

A opção da simplicidade


Muitas pessoas reclamam da correria de suas vidas.

Acham que têm compromissos demais e culpam a complexidade do mundo moderno.

Entretanto, inúmeras delas multiplicam suas tarefas sem real necessidade.

Viver com simplicidade é uma opção que se faz.

Muitas das coisas consideradas imprescindíveis à vida, na realidade, são supérfluas.

A rigor, enquanto buscam coisas, as criaturas se esquecem da vida em si.

Angustiadas por múltiplos compromissos, não refletem sobre sua realidade íntima.

Olvidam do que gostam, não pensam no que lhes traz paz, enquanto sufocam em buscas vãs.

De que adianta ganhar o mundo e perder-se a si próprio?

Se a criatura não tomar cuidado, ter e parecer podem tomar o lugar do ser.

Ninguém necessita trocar de carro constantemente, ter incontáveis sapatos, sair todo final de semana.

É possível reduzir a própria agitação, conter o consumismo e redescobrir a simplicidade.

O simples é aquele que não simula ser o que não é, que não dá demasiada importância a sua imagem, ao que os outros dizem ou pensam dele.

A pessoa simples não calcula os resultados de cada gesto, não tem artimanhas e nem segundas intenções.

Ela experiencia a alegria de ser, apenas.

Não se trata de levar uma vida inconsciente, mas de reencontrar a própria infância.

Mas uma infância como virtude, não como estágio da vida.

Uma infância que não se angustia com as dúvidas de quem ainda tem tudo por fazer e conhecer.

A simplicidade não ignora, apenas aprendeu a valorizar o essencial.

Os pequenos prazeres da vida, uma conversa interessante, olhar as estrelas, andar de mãos dadas, tomar sorvete...

Tudo isso compõe a simplicidade do existir.

Não é necessário ter muito dinheiro ou ser importante para ser feliz.

Mas é difícil ter felicidade sem tempo para fazer o que se gosta.

Não há nada de errado com o dinheiro ou o sucesso.

É bom e importante trabalhar, estudar e aperfeiçoar-se.

Progredir sempre é uma necessidade humana.

Mas isso não implica viver angustiado, enquanto se tenta dar cabo de infinitas atividades.

Se o preço do sucesso for ausência de paz, talvez ele não valha a pena.

As coisas sempre ficam para trás, mais cedo ou mais tarde.

Mas há tesouros imateriais que jamais se esgotam.

As amizades genuínas, um amor cultivado, a serenidade e a paz de espírito são alguns deles.

Preste atenção em como você gasta seu tempo.

Analise as coisas que valoriza e veja se muitas delas não são apenas um peso desnecessário em sua existência.

Experimente desapegar-se dos excessos.

Ao optar pela simplicidade, talvez redescubra a alegria de viver.

Pense nisso.




Redação do Momento Espírita. Disponível no livro Momento Espírita, v. 8, ed. Fep.














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quinta-feira, 1 de junho de 2023

O que nossos pensamentos determinam...

Marco Aurélio, o grande filósofo que dirigiu o Império Romano, resumiu em nove palavras aquilo que define nosso destino na vida:

Nossa vida é o que os nossos pensamentos determinam.

Inspirado nesta afirmativa, o estudioso Dale Carnegie acrescenta que se tivermos pensamentos felizes, seremos felizes.

Se pensarmos em coisas que nos causam medo, seremos medrosos. Se pensarmos em doenças, provavelmente ficaremos doentes.

Se pensarmos no fracasso, fracassaremos, com toda certeza. Se nos entregarmos à autopiedade, todos irão querer nos evitar, afastar-se de nós.

Normam Vincent Peale afirmou: você não é o que você pensa que é. Mas o que você pensa, você é.

Tudo isso se resume na ideia de uma atitude positiva perante a vida. Devemos nos interessar por nossos problemas, mas não nos preocuparmos com eles.

Há uma grande diferença entre uma e outra postura.

Interessar-se significa procurar compreender como são as coisas e tomar calmamente as medidas necessárias para enfrentá-las.

Preocupar-se significa dar voltas em círculos inúteis e enlouquecedores. Significa sofrer antes e ser dominado pelo medo.

Tais posturas são determinadas pelo pensamento, simplesmente.

Desta forma, o pensamento poderá determinar se seremos felizes ou infelizes, independente de onde estejamos, independente das condições de vida que temos.

Napoleão Bonaparte e Helen Keller podem ser bons exemplos que atestam tais afirmações.

Napoleão dispunha de tudo que os homens habitualmente almejam - glória, poderio, riqueza -, e, não obstante, disse, em seu exílio, na ilha de Santa Helena: Não conheci jamais seis dias de felicidade em minha vida.

Helen Keller - cega, surda, muda - todavia, declarou: Considerei a vida tão bela!

Reflitamos sobre tal comparação.

Como viveram os dois personagens? Que postura mental apresentou cada um deles diante das adversidades?

O filósofo grego Epiceto advertiu-nos que devemos nos preocupar mais em afastar da mente os maus pensamentos do que remover tumores e abscessos do nosso corpo.

E a medicina moderna vem comprovando, dia após dia, que a grande fonte das enfermidades está na postura mental, na qualidade do nosso pensar.

Por isso a importância de perceber que nossa vida é o que nossos pensamentos determinam e que vigiando, cuidando do pensar, viveremos muito melhor.

* * *

Emerson, na parte final de seu ensaio sobre a confiança em nós mesmos, diz:

Uma vitória política; um aumento em suas rendas; a recuperação de uma enfermidade; o regresso de um amigo ausente; ou outro qualquer acontecimento exterior, anima-lhe o Espírito e você pensa que lhe estão reservados dias felizes.

Não o creia. Jamais pode ser assim. Nada, a não ser você mesmo, pode trazer-lhe paz.


Redação do Momento Espírita, com citação do cap. 12, pt. IV, do livro Como evitar preocupações e começar a viver, de Dale Carnegie, ed. Companhia Editora Nacional.













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