As palavras bondosas são como o mel, doces para o paladar e boas para a saúde, diz Salomão, em seus versos bíblicos.
Com os espíritos superiores aprendemos que a palavra educada é o alvorecer do coração. Conversar é mostrar por fora o que existe por dentro. Enfim, a nossa boca é a nossa ferramenta e nossa grandiosa oficina onde o artista é o espírito.
Desta forma, a nossa palavra pode socorrer, estimulando os caídos a se levantar, aqueles que dormem a despertar, os errados a se corrigir e os agressivos a se acalmar.
As nossas palavras são sons revestidos dos nossos sentimentos. Por isso, quando falarmos a respeito do amor, falemos de modo a que nós mesmos possamos absorver cada frase que brote do coração.
Quando falarmos a respeito da dor, deixemos abertas as janelas da alma para compreender que amor e dor são tão parecidos que até os confundimos, ao vê-los bem de pertinho.
A criança chora de fome e o amor lhe estende pão. O doente geme e o amor lhe estende o remédio e segura-lhe a mão.
Quando falarmos sobre a paz, falemos mesmo que haja rumor de guerra, para sermos ouvidos na mais alta voz.
Falemos da paz a quem faz a guerra tanto quanto para os que conosco vibram pela paz. E apliquemos os métodos da paz em nossas vidas porque nossas atitudes darão maior credibilidade ao nosso verbo.
Quando falarmos a respeito da fome, busquemos saciar a fome de alguém, tanto quanto aprendamos a abençoar a mesa farta do nosso café da manhã, do almoço e do jantar.
Diante de pratos que não apreciamos recordemos os que morrem de fome, todos os dias, e, em vez de esbravejar por não ter nada para comer, levantemo-nos da mesa, abramos a geladeira, e escolhamos algo que nos agrade para a alimentação.
Quando falarmos sobre amizade, estendamos as mãos e alcancemos os amigos, a fim de provar a nós mesmos aquilo que gostamos de dizer aos outros.
Quando falarmos a respeito da felicidade, acreditemos nela e a cultivemos, enumerando os tantos itens que constituem a nossa felicidade. Vamos, com certeza, descobrir que temos maiores motivos para ser felizes do que infelizes.
Quando falarmos a respeito da fé, demonstremos que a nossa própria vida é regida pela fé, não nos deixando levar pelo desespero, nem a pela rebeldia.
Quando, enfim, falarmos de Deus para as criaturas, falemos do Deus-amor que não faz distinção dos seres porque é o criador de todos.
Falemos a respeito do Deus-pai que abençoa todos os seus filhos, em todas as nações, em todo o universo, por ser o excelso pai que aguarda a todos no seu reino, não importando o século, a dimensão e o caminho longo, sinuoso ou curto que tenha percorrido para chegar até ele.
* * *
Mesmo que não saibas, és exemplo para alguém.
Sempre existem pessoas observando os teus atos e tomando-os como exemplo, inclusive os atos menos dignos.
Desse modo, és responsável não só pelo que realizas, como também pelo que as tuas idéias e atitudes inspirem a outros indivíduos.
Cuida do que falas e realizas, para que os teus observadores se edifiquem e ajam corretamente.
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no texto palavras e palavras de Daltro Rigueira Vianna, inserido na Revista o Espírita; no texto quando falar de amor..., sem menção a autor e na obra vida feliz, cap. CXX, de autoria de Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco.
Era uma vez um rei que possuía larga extensão de terras.
Habituado a caminhar pelo seu reino, certa ocasião, o soberano irritou-se com a aspereza do solo que lhe feria os pés.
Determinou que todas as estradas e todos os caminhos fossem cobertos por macios e belos tapetes.
Todos os súditos se empenharam em realizar a louca e difícil tarefa imposta pelo monarca.
Passaram-se alguns anos sem que o trabalho pudesse ser concluído.
Um dia, o exigente soberano, tomado por uma febre violenta, acabou morrendo sem ver seu desejo realizar-se.
Um velho sábio, ao tomar conhecimento daquela estranha história, comentou: Pobre rei! Morreu sem concretizar seu sonho e sem saber o quão fácil isso poderia ter sido!
Ante a surpresa e a discordância manifestada por aqueles que o ouviam, esclareceu: Se o rei não queria ferir-se com a aspereza dos solos, bastaria que cortasse dois pedacinhos de tapete e os colasse na sola de seus próprios pés. Se assim tivesse agido, para ele, todo o seu reino seria acarpetado.
Críticos sagazes, somos hábeis em tecer comentários cruéis a respeito de pessoas e de situações.
Somos ágeis em relacionar o que não nos agrada nos mais diversos lugares e ambientes.
Temos olhos de águia para criticar e condenar.
Estabelecemos listas infindáveis de coisas a serem melhoradas e corrigidas pelos outros.
Temos a convicção de que se não fosse pelos erros dos outros o mundo poderia ser muito melhor.
Agimos como se fôssemos meros espectadores e como se não nos coubesse qualquer responsabilidade perante a vida.
Esperamos que as coisas se resolvam por si só, ou ainda, que as outras pessoas façam algo por nós.
Queremos um mundo onde as estradas sejam acarpetadas para garantir maciez aos nossos pés.
Mas, esperamos que os outros cubram nossos caminhos com belos e ricos tapetes.
Delegamos ao resto da Humanidade a responsabilidade por toda a nossa desdita e pela nossa ventura.
Em virtude disso, vemo-nos destinados a reclamar infinitamente pela não realização de nossos sonhos.
Sonhos esses que teriam grandes chances de se concretizar se nos dispuséssemos a fazer a parte que nos cabe.
Não aguardemos pela iniciativa dos que nos cercam na realização do que a todos compete efetuar.
Quem cruza os braços em função da inércia alheia, confunde-se na multidão dos que nada fazem.
Responsabilizar os outros não produz nada de útil.
Apontar equívocos alheios não nos autoriza a ignorar os nossos próprios.
Ser capaz de reclamar não nos aprimora, nem garante a correção das falhas que apuramos.
Abandonemos a acomodação que há tanto nos acompanha e livremo-nos das garras da preguiça que nos alicia.
Tenhamos disposição para fazer o que nosso conhecimento e nossa capacidade nos permitem.
Pouco a pouco, a gota corrompe a pedra.
O raio de luz vence a escuridão.
O vento move a montanha e esculpe as rochas.
Demonstra a natureza que cada qual detém a possibilidade de alterar o que parece imutável.
Cada um, singela e constantemente agindo, pode marcar a face da História e transformar o rumo da vida.
Atos simples que não exigirão heroísmo, nem bravura, de nenhum de nós.
Atos cotidianos e aparentemente banais, mas que, em verdade, integram a missão individual de cada um perante Deus.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no livro Parábolas eternas, de Legrand, ed. Sóler.
Em 11.01.2010.
O homem pede proteção, mas o que ele faz para proteger-se?
O homem pede inspiração, mas o que ele faz para inspirar-se?
O homem pede paciência, mas o que ele faz para pacificar-se?
O homem pede luz, mas o que ele faz para iluminar-se?
O homem pede saúde, mas o que ele faz a fim de conservá-la?
O homem pede alegria, mas o que ele faz no sentido de alegrar-se?!...
Não nos esqueçamos de que toda oração que o homem dirige a Deus é constituída de duas partes:
A primeira parte é a do mérito, a segunda é a da bênção...
Toda resposta divina depende do esforço humano!
Se o homem não cumpre com a sua parte, a Lei Divina se sente impedida de cumprir com a sua... É imperioso que o homem mereça! Ninguém chega a lugar algum se não caminhar; ninguém conclui uma tarefa se não começá-la; ninguém alcança a vitória se desiste da luta...
Tudo o que existe é resultado e consequência de uma ação. Se o homem pede, ele necessita merecer o que pede. Ninguém adquire sabedoria, sem que se torne sábio...
O homem não deve relegar a Deus todo trabalho, todo esforço e todo empenho. É imprescindível que ele tome a iniciativa de oferecer a Deus as condições para que seja atendido em suas rogativas e súplicas.
Quantos pedem trabalho, permanecendo de braços cruzados? Quantos pedem serviço, mantendo-se inativos na ação?!...
A vida nos responde sempre, mas não nos responde tão somente às palavras... Ela se interessa, primeiro, em responder-nos ao esforço e ao devotamento; por isto, aquele que trabalha e persevera no bem de todos está endereçando a Deus a sua melhor prece no deferimento quase imediato de suas petições!...
(Irmão José)