sábado, 30 de maio de 2020

Ter coragem...


Fala-se, no senso comum, que a coragem é atributo dos bravos, dos fortes, dos conquistadores.

A imagem da coragem é sempre associada à figura masculina, vinculada, muitas vezes, à força. Quando não, à intemperança.

Outras vezes, dizem-se corajosos aqueles que se aventuram em situações extremas, esportes radicais, ou em atitudes perigosas, colocando a vida em risco, desnecessariamente.

Assim, habitualmente, nasce a ideia de que pessoas corajosas são essas que enfrentam qualquer situação, que ultrapassam os seus limites, ou que se expõem a perigos intensos.

Contudo, frequentemente, isso que chamamos de coragem, não passa de bravata. Pode ser o destempero do próprio caráter, ou ainda, atestar insensatez e leviandade. Tudo travestido com o falso nome de coragem.

É verdade que a coragem é o instrumento necessário para enfrentar situações difíceis, ou para ultrapassar os próprios limites.

Nessa linha de pensamento, há um imenso número de verdadeiros heróis da coragem, anônimos na nossa sociedade, enfrentando situações e ultrapassando limites.

É necessária muita coragem para se manter honesto e correto, quando todos ao redor se alimentam da desonestidade e da vilania.

É preciso ser corajoso para manter íntegros seus valores, quando seria mais fácil e cômodo agir de forma contrária.

É sempre uma questão de coragem viver a vida optando pelo certo, pelo correto, ao invés de buscar as opções que seriam mais fáceis e aplaudidas.

Frequentemente, na vida, somos convidados a fazer nossas opções.

Um dia, alguém nos chega oferecendo o consumo fácil de alguma droga, de uso corriqueiro, no grupo em que estamos.

Seria fácil dizer sim, porém, corajoso será optar pela posição saudável do não, mesmo arcando com o afastamento de alguns pretensos amigos.

Em outro momento, alguém, no ambiente de trabalho, nos oferece o caminho perigoso do dinheiro fácil, burlando a legislação, adulterando documentos.

Com certeza, seria vantajoso aceitar a oferta. É necessária muita coragem para se manter no ideal da honestidade e da moralidade.

Jesus, ao enfrentar as estruturas vigentes na sociedade da época, não O fez por mera rebeldia. Agiu por coerência aos Seus valores, na exemplificação da coragem que os homens de bem apresentam.

Assim, percebamos que todos temos oportunidade de desenvolver a coragem em nosso caráter.

Não há quem não tenha os ideais de vida, os valores no bem, o ideal de mundo que desejamos para nossos filhos.

Portanto, armemo-nos de coragem. Coragem para viver, dia após dia, abraçados àquilo que idealizamos.

Coragem para enfrentar a dissimulação, o desequilíbrio, a insensatez de tantos que vivem com essas máscaras, por covardia.

Um dia eles também, cansados das aparências, terão a coragem de abraçar o ideal do bem para vivê-lo por completo.

Pensemos nisso. E, desde hoje, vivamos a coragem do bem, da moral, dos valores crísticos.

 
Redação do Momento Espírita.
Em 22.11.2012.












sexta-feira, 29 de maio de 2020

Caminhos da vida...


Quando cortas uma flor para ti,
começas a perdê-la...
porque murchará em tuas mãos
e não se fará semente
para outras primaveras.

Quando aprisionas um passarinho para ti,
começas a perdê-lo...
Porque não mais cantará
no bosque para ti
nem criará outros passarinhos
em seu ninho.

Quando guardas teu dinheiro
começas a perdê-lo...
porque o dinheiro não vale por si,
mas pelo o que com ele se pode fazer.

Quando não arriscas
tua liberdade para tê-la,
começas a perdê-la...
porque a liberdade que tens se comprova
quando te atiras optando e decidindo.

Quando não deixas partir o teu filho
para a vida, começas a perdê-lo...
porque nunca o verás
voltar para ti livre e maduro.

Lembre-se sempre : Não existe preço
para a Liberdade , mas uma belíssima
recompensa para quem a utiliza com
desprendimento de alma ...

Ter para sempre , junto à si a Fidelidade daqueles
que livres dos grilhões , se comprazem em
serem seus eternos admiradores !

Quem Ama ... Liberta com a certeza
da volta espontânea ao aconchego !

Aprende no caminho da vida
a paradoxal lição da experiência:
Sempre ganhas o que deixas
e perdes o que reténs...

Desejo-te hoje,um dia rico em serenidade,
harmonia e compreensão
para libertar-se de sentimentos de posse
e que o amor seja o seu grande diferencial de vida!


(Autoria desconhecida)












terça-feira, 26 de maio de 2020

A primeira pedra...


Reflitamos hoje sobre esse costume humano de apontar faltas, defeitos, problemas, no outro.

Julgamos sempre.

Na maioria das vezes, ainda, com uma severidade desproporcional – dessa que não desejaríamos para conosco de forma alguma.

Somos demasiadamente cruéis em nossos julgares, pois raramente analisamos a situação com cuidado. Raramente consideramos atenuantes e quase nunca somos imparciais.

Recordamos os acusadores da mulher adúltera, na conhecida passagem evangélica.

O julgamento foi sumário. A lei humana, na pobreza de achar que a punição pela morte seria a solução, condenou aquela mulher ao apedrejamento em praça pública.

Assim, achamo-nos no direito de apedrejar.

Enchemo-nos de razão e raiva, carregamos as mãos das melhores pedras, e apontamos para o criminoso.

Mas, quem de nós não está criminoso? – Poderíamos inquirir, inspirados pela pergunta feita por Jesus naquela feita.

Dizemos não está ao invés de não é, pelo simples fato de que ninguém está fadado ao mal, ninguém foi feito criminoso. É um estado temporário no erro.

Quem de nós não está criminoso?

Esta proposta – que é de Jesus - não isenta a pessoa de assumir a responsabilidade sobre seus atos.

Ela apenas ajuda a controlar nossa crueldade, num primeiro momento, e depois, auxilia no reconhecimento de nossas próprias falhas.

A lição do atire a primeira pedra aquele que não se encontra em pecado é um exercício de tolerância e de autoconhecimento também.

Evita-se a condenação cruel, intolerante, e, logo após, se promove uma reflexão íntima, buscando cada um as suas próprias dificuldades a vencer.

Todos estamos inseridos neste processo de erros e acertos. Todos fazemos parte dos mecanismos da lei de progresso que nos impulsiona para frente.

Perdoar, compreender os erros alheios, não é promover a impunidade – de maneira nenhuma. A Lei Divina sempre irá cobrar seus devedores.

Tolerar significa estender as mãos de amor a quem precisa de amparo, de orientação.

*   *   *

Quando nos detemos nos defeitos e faltas dos outros, o espelho de nossa mente reflete-os, de imediato, como que absorvendo as imagens deprimentes de que se constituem.

Põe-se nossa imaginação a digerir essa espécie de alimento, que mais tarde se incorpora aos tecidos sutis de nossa alma.

Com o decurso do tempo nossa alma não raro passa a exprimir, pelo seu veículo de manifestação, o que assimilara, fazendo-o, seja pelo corpo carnal, entre os homens, seja pelo corpo espiritual de que nos servimos, depois da morte.

É por essa razão que geralmente os censores do procedimento alheio acabam praticando as mesmas ações que condenam no próximo.

Interessados em descer às minúcias do mal, absorvem-lhe inconscientemente as emanações, surpreendendo-se, um dia, dominados pelas forças que o representam.

Estejamos, assim procurando incessantemente o bem, ajudando, aprendendo, servindo, desculpando e amando, porque, nessa atitude, refletiremos os cultivadores da luz...


Redação do Momento Espírita, com base no cap. 8 do livro  Pensamento e vida, pelo Espírito Emmanuel, psicografia  de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 4.10.2016.









domingo, 24 de maio de 2020

Palavras...


"Da mesma boca procede bênção e maldição." - (TIAGO, 3:10.)

Nunca te arrependerás:

De haver ouvido cem frases, pronunciando simplesmente uma ou outra pequena observação.

De evitar o comentário alusivo ao mal, qualquer que seja.

De calar a explosão de cólera.

De preferir o silêncio nos instantes de irritação.

De renunciar aos palpites levianos nas menores controvérsias.

De não opinar em problemas que te não dizem respeito.

De esquivar-te a promessas que não poderias cumprir.

De meditar muitas horas sem abrir os lábios.

De apenas sorrir sempre que visitado pela desilusão ou pela amargura.

De fugir a reclamações de qualquer natureza.

De estimular o bem sob todos os prismas.

De pronunciar palavras de perdão e bondade.

De explanar sobre o otimismo, a fé e a esperança.

De exaltar a confiança no Céu.

De ensinar o que seja útil, verdadeiro e santificante.

De prestar informações que ajudem aos outros.

De exprimir bons pensamentos.

De formular apelos à fraternidade e à concórdia.

De demonstrar benevolência e compreensão.

De fortalecer o trabalho e a educação, a justiça e o dever, a paz e o bem, ainda mesmo com sacrifício do próprio coração.

Examina o sentido, o modo e a direção de tuas palavras, antes de pronunciá-las.

Da mesma boca procede bênção ou maldição para o caminho.


XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 179.

















quinta-feira, 21 de maio de 2020

Tudo passará...

Havia, certa vez, um rei sábio e bom, que já se encontrava no fim de sua vida.

Certo dia, pressentindo a chegada da morte, chamou seu único filho, que o sucederia no trono, tirou do dedo um anel e deu-o a ele dizendo:

- Meu filho, quando fores rei, leva sempre contigo este anel. Nele há uma inscrição. 

Quando estiveres vivendo situações extremas de glória ou de dor, tira-o e lê o que há nele.

E o rei morreu, e seu filho passou a reinar em seu lugar, sempre usando o anel que o pai lhe deixara.

Passado algum tempo, surgiram conflitos com um reino vizinho, que acabaram culminando numa terrível guerra.

O jovem rei, à frente do seu exército partiu para enfrentar o inimigo.

No auge da batalha, seus companheiros lutavam bravamente; mortos, feridos, tristeza, dor, o rei lembra-se do anel; tira-o e lê a inscrição:

"ISTO TAMBÉM PASSARÁ"

E ele continua a luta.

Perde batalhas, vence outras tantas, mas ao final, sai vitorioso.

Retorna, então, ao seu reino e, coberto de glória, entra em triunfo na cidade.

O povo o aclama.

Neste momento ele se lembra do seu velho e sábio pai. Tira o anel e lê:

"ISTO TAMBÉM PASSARÁ"

Todas as coisas, na Terra, passam...

Os dias de dificuldades, passarão...

Passarão também os dias de amargura e solidão...

As dores e as lágrimas passarão.

As frustrações que nos fazem chorar... um dia passarão.

A saudade do ser querido que está longe, passará.

Dias de tristeza...

Dias de felicidade...

São lições necessárias que, na Terra, passam, deixando no espírito imortal as experiências acumuladas.

Se hoje, para nós, é um desses dias repletos de amargura, paremos um instante.

Elevemos o pensamento ao Alto, e busquemos a voz suave da Mãe amorosa a nos dizer carinhosamente: isso também passará...

E guardemos a certeza, pelas próprias dificuldades já superadas, que não há mal que dure para sempre.

O planeta Terra, semelhante a enorme embarcação, às vezes parece que vai soçobrar diante das turbulências de gigantescas ondas.

Mas isso também passará, porque Jesus está no leme dessa Nau, e segue com o olhar sereno de quem guarda a certeza de que a agitação faz parte do roteiro evolutivo da humanidade, e que um dia... também passará...

Ele sabe que a Terra chegará ao porto seguro, porque essa é a sua destinação.

Assim, façamos a nossa parte o melhor que pudermos, sem esmorecimento, e confiemos em Deus, aproveitando cada segundo, cada minuto que, por certo... também passarão...